O burnout é um dos maiores desafios de saúde mental no trabalho e já é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como síndrome ocupacional. Empresas que não se alinham à prevenção sofrem com afastamentos, queda de produtividade e aumento da rotatividade. Para reduzir riscos, é essencial integrar ações de prevenção ao Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), contemplando tanto fatores físicos quanto psicossociais. No artigo de hoje trazemos como as empresas podem promover ações que estejam alinhadas em prol da prevenção do burnout e da promoção da saúde mental dos colaboradores.
Para aprofundarmos neste assunto e obtermos melhor compreensão, precisamos de uma breve introdução sobre o tema. Ao falarmos de saúde mental, precisamos perceber que, nos últimos anos, o tema saúde mental no trabalho ganhou espaço nas discussões corporativas e sociais. Entre os problemas mais recorrentes está o burnout. Em janeiro de 2022 a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a síndrome de burnout como doença ocupacional (CID 11), tal fato reforçou a necessidade de empresas e organizações adotarem medidas de prevenção e promoção da qualidade de vida.
No Brasil, os afastamentos por transtornos mentais cresceram de forma alarmante, refletindo não apenas em custos para as empresas, mas também em impactos sociais, econômicos e humanos. Diante disso, o Setembro Amarelo, campanha dedicada à prevenção do suicídio, se apresenta como um momento estratégico para que organizações alinhem suas práticas de saúde e segurança do trabalho com a valorização da vida através de medidas preventivas de quadros de ansiedade, depressão e burnout que possam ser desencadeados ou existir no ambiente de trabalho.
No parágrafo acima, mencionei ansiedade, depressão e burnout como quadros mentais. Apesar de sintomas e condições parecidas não se trata da mesma doença. O burnout é caracterizado pela exaustão extrema, sentimentos de ineficácia e distanciamento emocional em relação ao trabalho. Seus sintomas vão desde cansaço crônico, insônia, dores de cabeça, até quadros de depressão e ansiedade. De forma objetiva, podemos, portanto, caracterizar o Burnout, como síndrome resultante de estresse crônico no ambiente laboral, que leva a exaustão física e emocional.
O mês de Setembro Amarelo é dedicado à prevenção do suicídio e reforça a urgência de um olhar cuidadoso das organizações sobre o bem-estar dos colaboradores. Esse período é uma oportunidade estratégica para fortalecer políticas internas de saúde mental, promover palestras, oferecer acompanhamento psicológico e criar canais de escuta ativa. Quando a empresa se engaja na campanha, mostra compromisso real com a vida e com a valorização das pessoas.
Essa mobilização mostra que a empresa se preocupa genuinamente com a vida dos seus colaboradores, indo além do discurso e alinhando-se a práticas de responsabilidade social.
Cuidar da saúde emocional dos trabalhadores vai além do cumprimento da legislação. É uma decisão que impacta diretamente o clima organizacional, a reputação da marca e o desempenho financeiro. Empresas que investem em prevenção do burnout e em programas de apoio emocional reduzem afastamentos, fortalecem a cultura de segurança, ganham pontos em critérios ESG e se tornam mais competitivas no mercado.
A Norma Regulamentadora NR-01 exige que o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) contemple riscos psicossociais. Da mesma forma, o PCMSO pode ser ajustado para integrar acompanhamento psicológico, exames periódicos relacionados à saúde mental e programas de prevenção.
Gestores precisam ser capacitados para identificar sinais de sobrecarga emocional. Uma liderança humanizada:
Empresas podem oferecer programas de assistência ao empregado (PAE), com atendimento psicológico e psiquiátrico, além de suporte financeiro e jurídico em alguns casos.
A adoção do trabalho híbrido, flexibilização de horários e incentivo a pausas ajudam a reduzir a sobrecarga mental.
Ginástica laboral, programas de mindfulness, incentivo à prática de esportes e campanhas de saúde ampliam a qualidade de vida e reduzem o risco de burnout.
Campanhas internas contínuas: multinacionais têm incluído o Setembro Amarelo em seus calendários anuais de responsabilidade corporativa.
Plataformas digitais de saúde: empresas oferecem aplicativos com psicólogos online, acompanhamento nutricional e exercícios de relaxamento.
Treinamento de gestores: líderes passam por formações para reconhecer sinais de esgotamento e conduzir diálogos sensíveis.
Ambientes de descanso: criação de espaços de descompressão no ambiente de trabalho para promover pausas conscientes.
O mundo do trabalho está em transformação. Com novas tecnologias, mudanças nas relações profissionais e demandas crescentes, os riscos psicossociais tendem a aumentar. Nesse cenário, as empresas têm papel decisivo em:
No Setembro Amarelo e durante todo o ano, promover a saúde mental deve ser prioridade organizacional. Adotar práticas de prevenção ao burnout, incentivar a liderança humanizada e investir em programas de bem-estar não são apenas medidas de responsabilidade social, mas também de sustentabilidade empresarial. Organizações que valorizam a vida constroem ambientes de trabalho mais saudáveis, seguros e produtivos, alinhados às demandas da sociedade contemporânea.
O Setembro Amarelo é mais do que uma campanha anual: é um chamado para que empresas assumam a responsabilidade de proteger e valorizar a vida. Incorporar ações de prevenção ao burnout e promoção da saúde mental nos programas de saúde e segurança do trabalho não é apenas uma exigência legal ou tendência de mercado, mas uma decisão estratégica e ética.
Organizações que cuidam de seus colaboradores constroem ambientes de trabalho mais saudáveis, reduzem riscos, fortalecem sua reputação e contribuem para uma sociedade mais consciente e solidária. Em um mundo cada vez mais competitivo, o verdadeiro diferencial está em empresas que colocam as pessoas no centro de sua gestão.
A Ius, por meio do Guardião Legal, auxilia as organizações a gerenciar de forma proativa os riscos relacionados à saúde mental no trabalho e à prevenção do burnout. Com monitoramento contínuo das normas e boas práticas de segurança e saúde ocupacional, o Guardião Legal alerta sobre atualizações e obrigações legais, permitindo que empresas implementem políticas de bem-estar e programas de suporte emocional de forma segura e eficiente. Dessa maneira, as organizações não apenas cumprem a legislação vigente, mas também fortalecem a cultura de cuidado, promovem ambientes de trabalho mais saudáveis e se alinham a iniciativas como o Setembro Amarelo, valorizando a vida e o bem-estar de seus colaboradores.
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