Nos últimos dias, a intoxicação das bebidas alcoólicas pela substância metanol – álcool industrial tóxico usado na fabricação de solventes, plásticos, tintas e combustíveis – se tornou o centro dos holofotes no Brasil.
Essa lamentável ocorrência expôs as falhas estruturais na indústria, como adulteração e falsificação de produtos que colocam em risco a saúde dos consumidores.
Devido ao significativo número de ocorrências e a dificuldade em mensurar os impactos ocasionados pela intoxicação, o governo brasileiro anunciou, em caráter emergencial, a compra de 02 (dois) antídotos que auxiliam no tratamento das infecções pela substância, o fomepizol e etanol farmacêutico.
Não foi apenas o governo brasileiro que adotou medidas para refrear a crise na saúde pública ocasionada pelas infecções com metanol. Na mesma linha, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) demonstrou sua capacidade de reação com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 994, de 03 de outubro de 2025, priorizando o tratamento imediato das vítimas.
O objetivo da medida emergencial é acelerar o fornecimento do antídoto, o álcool etílico injetável (etanol farmacêutico), sem abrir mãos das rigoridades impostas pela Agência. A RDC 994/25 permite que fabricantes nacionais produzam álcool etílico injetável sem precisar de registro tradicional, deixando de lado o moroso processo de registro sanitário. Esta quebra na burocracia é um reflexo direto da falência no controle da cadeia de bebidas e da necessidade imperiosa de agir rapidamente.
Entretanto, mesmo sendo de caráter emergencial, a norma exige a manutenção das Boas Práticas de Fabricação, controle de qualidade, acompanhamento técnico e monitoramento de lotes, conforme padrões da Farmacopeia Brasileira.
Atento ao cenário brasileiro, o Ministério da Saúde (MS) também não ficou para trás e publicou a Portaria MS nº 8.327, de 03 de outubro de 2025, instituindo a Sala de Situação Nacional – Intoxicação por Metanol.
A Sala de Situação tem como principal função monitorar de forma contínua e sistemática os casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol em todo o território nacional.
Para isso, utiliza a estrutura de sistemas de informação do SUS, com destaque para o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), garantindo a coleta, análise e consolidação de dados epidemiológicos e laboratoriais. Esse monitoramento permite identificar rapidamente surtos, orientar medidas de prevenção e controle, subsidiar decisões estratégicas das autoridades de saúde e apoiar ações coordenadas de resposta, incluindo o manejo clínico adequado dos pacientes afetados.
Apesar de ser uma função administrativa, o plano vai além da fixação de obrigações e diretrizes voltadas para o Poder Público e visa também capacitar profissionais de saúde em vigilância, diagnóstico e manejo clínico de intoxicações exógenas por metanol.
Em outras palavras, o plano traçado pelo Ministério da Saúde deve ser enxergado como uma política de saúde pública, capaz de orientar e fortalecer os serviços de saúde de modo integrado e eficaz. Ao capacitar os profissionais, o plano assegura que a resposta a emergências sanitárias seja rápida, coordenada e baseada em evidências, promovendo a segurança dos pacientes e a efetividade das medidas de prevenção e controle da emergência sanitária.
A crise na saúde pública provada pela intoxicação com o metanol abalou a sociedade brasileira nos últimos dias e colocou em evidência a fragilidade no controle de qualidade da cadeia produtiva de produtos do gênero alimentício. O resultado: intoxicações que deixarão sequelas permanentes naqueles que consumiram as bebidas adulteradas.
Entretanto, o governo brasileiro, acompanhado de suas autarquias, agiram rapidamente, cada um dentro de sua competência, para contornarem a crise de maneira assertiva, de modo a conterem seus efeitos imediatos. No cenário, a ANVISA RDC 994/2025 permitiu a produção emergencial de álcool etílico injetável, acelerando o tratamento das vítimas sem deixar de lado os padrões de qualidade e segurança. Paralelamente, a Portaria MS 8.327/2025 instituiu a Sala de Situação Nacional, garantindo monitoramento contínuo e severo dos casos, análise de dados epidemiológicos e coordenação das ações de saúde pública em todo o território nacional.
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