Net Zero: Conceito, Aplicações e Relevância para as Empresas

Nos últimos anos, a pauta ambiental deixou de ser apenas um diferencial competitivo para se tornar uma exigência do mercado global. Investidores, consumidores e órgãos reguladores passaram a cobrar posicionamentos [...]

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Net Zero: Conceito, Aplicações e Relevância para as Empresas

Nos últimos anos, a pauta ambiental deixou de ser apenas um diferencial competitivo para se tornar uma exigência do mercado global. Investidores, consumidores e órgãos reguladores passaram a cobrar posicionamentos

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Nos últimos anos, a pauta ambiental deixou de ser apenas um diferencial competitivo para se tornar uma exigência do mercado global. Investidores, consumidores e órgãos reguladores passaram a cobrar posicionamentos claros e ações efetivas das empresas em relação à sustentabilidade. Nesse contexto, o conceito de Net Zero ganhou destaque como um dos compromissos mais importantes na luta contra as mudanças climáticas. Confira neste artigo como a sua empresa pode se posicionar em conformidade com o NetZero.

O termo Net Zero (ou “emissões líquidas zero”) refere-se ao equilíbrio entre a quantidade de gases de efeito estufa (GEE) emitida para a atmosfera e a quantidade removida ou compensada. Na prática, isso significa que, após reduzir ao máximo suas emissões, a empresa neutraliza o restante por meio de ações como reflorestamento, captura de carbono e investimentos em energias renováveis.

O objetivo do Net Zero é impedir o aumento da temperatura média global em mais de 1,5°C até o final do século, meta definida no Acordo de Paris. Para empresas, adotar esse compromisso não é apenas uma questão ambiental, mas também estratégica, já que impacta diretamente a competitividade e a reputação no mercado.

  1. Exigência de investidores e clientes: Grandes fundos de investimento priorizam empresas com práticas ESG (Environmental, Social and Governance) robustas. Consumidores também preferem marcas alinhadas a causas ambientais.
  2. Conformidade regulatória: Muitos países estão implementando legislações de redução de emissões e precificação de carbono. Estar alinhado a essas exigências evita multas e restrições.
  3. Vantagem competitiva: Empresas comprometidas com a neutralidade de carbono têm maior acesso a mercados internacionais e se destacam em licitações e contratos.
  4. Redução de custos: A transição para modelos mais eficientes, como uso de energia limpa e otimização de processos, reduz despesas operacionais no médio e longo prazo.
  5. Reputação e marca empregadora: Funcionários e talentos buscam trabalhar em organizações comprometidas com o futuro do planeta.

O caminho para atingir o Net Zero não é único, mas envolve uma combinação de planejamento estratégico, inovação tecnológica e mudança cultural. Algumas etapas essenciais incluem:

O primeiro passo é realizar um inventário de emissões de gases de efeito estufa, identificando fontes diretas (como consumo de combustíveis) e indiretas (como energia adquirida ou cadeia de suprimentos). Ferramentas como o GHG Protocol auxiliam nessa medição.

As metas devem ser claras, mensuráveis e alinhadas com padrões internacionais, como a Science Based Targets Initiative (SBTi), que orienta empresas a definir objetivos compatíveis com o Acordo de Paris.

Antes de pensar em compensar, é necessário reduzir. Isso pode incluir:

  • Substituição de fontes fósseis por energias renováveis;
  • Otimização logística para reduzir transporte e consumo de combustíveis;
  • Eficiência energética em processos e equipamentos;
  • Economia circular para reaproveitamento de materiais.

Para as emissões inevitáveis, é preciso adotar soluções de compensação, como:

  • Projetos de reflorestamento e preservação de áreas nativas;
  • Investimentos em tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS);
  • Apoio a projetos certificados de créditos de carbono.

O Net Zero só é possível quando fornecedores e parceiros também estão comprometidos. Isso exige políticas de compras sustentáveis e critérios ambientais na seleção de fornecedores.

Relatórios periódicos sobre os avanços, publicados conforme padrões como o GRI (Global Reporting Initiative), reforçam a credibilidade e permitem acompanhamento pelos stakeholders.

A transição para a neutralidade de carbono envolve desafios relevantes, como:

  • Investimento inicial elevado em tecnologia e infraestrutura;
  • Mudança de mentalidade dentro da empresa, exigindo capacitação e envolvimento de todas as áreas;
  • Monitoramento contínuo das emissões e ajustes nas estratégias;
  • Incertezas regulatórias em alguns mercados.

Apesar disso, os benefícios superam os obstáculos, especialmente quando a estratégia é implementada de forma gradual e integrada ao planejamento corporativo.

Empresas de diferentes setores já anunciaram compromissos ambiciosos de neutralidade de carbono. Gigantes como Microsoft, Ikea e Unilever buscam não apenas zerar emissões, mas também remover mais carbono do que emitem, tornando-se “carbono negativas” até meados deste século. No Brasil, companhias como Natura e Ambev também têm avançado nessa agenda, investindo em logística sustentável, energias limpas e preservação ambiental.

Alcançar o Net Zero não é uma responsabilidade exclusiva de áreas ambientais ou de sustentabilidade. A alta liderança precisa assumir o compromisso, integrar a pauta à estratégia de negócios e garantir que todos os níveis da empresa estejam engajados. O exemplo vem de cima, e quando a diretoria demonstra que o Net Zero é prioridade, as chances de sucesso aumentam exponencialmente.

O Net Zero deixou de ser uma tendência e se tornou um caminho inevitável para empresas que desejam prosperar em um mercado cada vez mais consciente e regulado. Mais do que atender a exigências legais, essa jornada representa a oportunidade de inovar, reduzir custos, fortalecer a marca e contribuir para um futuro mais equilibrado.

Empresas que se antecipam e adotam práticas consistentes de redução e neutralização de emissões estarão mais preparadas para enfrentar riscos climáticos e conquistar vantagens competitivas duradouras. Afinal, a transição para uma economia de baixo carbono é uma questão de sobrevivência não apenas do planeta, mas também dos negócios.

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Bacharela em Direito pela Escola Superior Dom Helder Câmara, é pós- graduada em Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Atualmente, cursa pós-graduação em Gestão de Riscos e Compliance e em Direito Ambiental e Sustentabilidade. Possui formação técnica em Administração pelo ETFG-SEBRAE e certificações em proteção de dados, incluindo DPO pela EXIN. É consultora jurídica e atua diretamente com auditorias de conformidade legal, ESG e governança corporativa. É Auditora do PGR CETESB, Auditora Interna em SGI (ISO 9001, ISO 14001, ISO 45001) e Auditora Interna em ESG (ABNT PR 2030:2022). Acredita na importância da sustentabilidade, segurança jurídica e inovação para um ambiente corporativo mais responsável.

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