Entenda o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) pela NR 17

Entenda a obrigatoriedade do PCMSO para todas as empresas: exigências, exames, responsáveis e penalidades da NR-7. [...]
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Entenda o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) pela NR 17

Entenda a obrigatoriedade do PCMSO para todas as empresas: exigências, exames, responsáveis e penalidades da NR-7.
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A Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7) estabelece a obrigatoriedade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) para todas as empresas que possuam empregados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O principal objetivo do PCMSO é promover e preservar a saúde dos trabalhadores, garantindo que riscos ocupacionais sejam monitorados e controlados de forma contínua.

Mas afinal, o que é o PCMSO, por que ele é obrigatório e como deve ser implementado? Neste artigo, você entenderá em detalhes tudo o que a NR-7 exige, quais exames são obrigatórios, quem deve elaborar o programa e quais são as penalidades para quem não cumpre a norma. Boa leitura!

O PCMSO é um programa de saúde ocupacional criado para avaliar periodicamente as condições de saúde dos trabalhadores, identificando precocemente possíveis doenças relacionadas ao trabalho.Ele é uma obrigação legal prevista pela NR-7, norma emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O programa deve ser planejado, implementado e avaliado anualmente, sempre com base nos riscos identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), exigido pela NR-1.

Todas as empresas que contratam empregados sob regime CLT são obrigadas a implantar o PCMSO, independentemente do porte ou ramo de atividade. Isso inclui:

  • Micro e pequenas empresas;
  • Empresas de médio e grande porte;
  • Órgãos públicos com empregados celetistas;
  • Instituições de qualquer natureza que mantenham vínculos trabalhistas.

Se uma empresa possuí apenas um funcionário registrado ela precisa registrar o PCMSO? Sim, mesmo que uma empresa tenha apenas um funcionário registrado, o PCMSO é obrigatório.

A NR-7 determina que o PCMSO deve ser elaborado e acompanhado por um médico do trabalho. Esse profissional é responsável por:

  • Coordenar a execução do programa;
  • Solicitar e interpretar exames médicos;
  • Emitir os Atestados de Saúde Ocupacional (ASO);
  • Identificar precocemente agravos à saúde;
  • Recomendar medidas preventivas ao empregador.

Empresas sem médico do trabalho próprio podem contratar um serviço especializado, desde que ele esteja habilitado e registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Para desenvolver um PCMSO realmente eficaz e alinhado às exigências da NR-7, a empresa deve adotar um processo bem planejado, com etapas que assegurem tanto a conformidade legal quanto a proteção da saúde dos trabalhadores.

Por isso, a NR 7 exige a realização de exames médicos ocupacionais em diferentes momentos da relação de trabalho. São eles:

  • Exame admissional: realizado antes que o trabalhador inicie suas atividades.
  • Exame periódico: feito conforme a periodicidade definida pelo médico coordenador, variando de acordo com a idade e exposição a riscos.
  • Exame de retorno ao trabalho: obrigatório após afastamento superior a 30 dias por motivos de saúde, acidente ou licença maternidade.
  • Exame de mudança de função: realizado quando o colaborador muda de cargo e passa a ser exposto a riscos diferentes.
  • Exame demissional: feito até a data da homologação da rescisão contratual.

Cada exame deve gerar um Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), documento que confirma se o colaborador está apto ou inapto para o trabalho.

Para elaborar um PCMSO eficiente e em conformidade com a NR-7, a empresa deve seguir algumas etapas fundamentais:

  • Levantamento de riscos: utilizar o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) para identificar os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.
  • Planejamento dos exames: definir quais exames clínicos e complementares serão realizados, de acordo com os riscos detectados.
  • Cronograma anual: estabelecer prazos e frequência de avaliações médicas.
  • Relatório anual do PCMSO: consolidar os resultados e enviar à CIPA, SESMT e direção da empresa.
  • Ações de prevenção e promoção da saúde: implementar medidas para reduzir a exposição a riscos e melhorar as condições de trabalho.

Seguir essas etapas é essencial para que o PCMSO cumpra seu verdadeiro propósito: proteger a saúde dos trabalhadores e fortalecer a cultura de prevenção dentro da empresa. Quando bem elaborado e alinhado ao PGR, o programa se torna uma ferramenta estratégica de gestão, permitindo que a organização antecipe riscos, reduza afastamentos e demonstre compromisso com o bem-estar de seus colaboradores. Mais do que uma exigência legal, o PCMSO representa um investimento em segurança, produtividade e sustentabilidade corporativa.

O PCMSO tem como propósito central preservar a integridade física e mental dos trabalhadores.  Entre seus principais objetivos estão:

  • Prevenir doenças ocupacionais;
  • Monitorar a saúde dos colaboradores ao longo do tempo;
  • Detectar precocemente alterações relacionadas ao trabalho;
  • Orientar ações corretivas e preventivas;
  • Reduzir afastamentos e custos com acidentes e doenças.

Em resumo, o PCMSO vai além do cumprimento da lei, ele representa um instrumento estratégico de gestão da saúde ocupacional.

Leia também:

O não cumprimento das obrigações previstas na NR-7 pode gerar multas, autuações e interdições pelo Ministério do Trabalho.

Além disso, o empregador pode ser responsabilizado civil e criminalmente caso o descumprimento resulte em danos à saúde do trabalhador.As penalidades variam conforme a gravidade da infração, mas todas representam riscos legais e financeiros significativos para a empresa.  Por isso, manter o PCMSO atualizado é uma obrigação legal e estratégica.

O PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e o PCMSO são programas complementares e interdependentes.
Enquanto o PGR identifica e avalia os riscos ambientais e ocupacionais, o PCMSO atua sobre os efeitos desses riscos na saúde do trabalhador.

Em outras palavras:

Assim, o médico responsável pelo PCMSO deve utilizar as informações do PGR como base para elaborar as medidas de vigilância médica.

Sim. Todo Microempreendedor Individual (MEI) que possua empregados registrados deve implementar o PCMSO, mesmo que tenha apenas um colaborador.

Não necessariamente. Ele deve ser mantido arquivado na empresa e disponível para auditorias e fiscalizações trabalhistas.

Não. O Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) é apenas um documento resultante do PCMSO, e não o programa em si.

As últimas atualizações alinharam o PCMSO ao novo formato do PGR, tornando o programa mais integrado, digital e baseado em evidências médicas.

Além de cumprir a legislação, um PCMSO bem estruturado traz benefícios diretos à produtividade e ao clima organizacional, como:

  • Redução do absenteísmo;
  • Diminuição de custos com afastamentos e indenizações;
  • Melhoria da imagem corporativa;
  • Maior satisfação e segurança dos colaboradores.

Em um mercado cada vez mais exigente, cuidar da saúde ocupacional é também um diferencial competitivo.

O PCMSO, conforme determinado pela NR-7, é muito mais do que um conjunto de exames médicos obrigatórios.
Ele é um instrumento de vigilância e promoção da saúde, que ajuda a empresa a proteger seu maior ativo: as pessoas.

Cumprir essa exigência legal é garantir segurança jurídica, produtividade e bem-estar no ambiente de trabalho.
Por isso, toda empresa deve investir em gestão integrada de saúde e segurança do trabalho, alinhando o PCMSO ao PGR e às demais normas regulamentadoras.

Como vimos, escolher quem pode ser o profissional técnico ambiental de forma cirúrgica para atuar em determinada atividade é um processo estratégico que traz diversos benefícios para as empresas, como a redução de riscos e custos, bem como a melhoria da gestão da empresa. É um investimento que pode trazer resultados positivos a longo prazo, garantindo a sustentabilidade e o sucesso do negócio.

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Advogada (OAB/MG 189.395),é pós-graduada em Direito Ambiental e MBA em Sustentabilidade Corporativa. Atualmente cursa MBA em Marketing, Branding e Growth pela PUCRS. Na área ambiental, integrou a Comissão de Direito do Meio Ambiente da OAB/MG e atuou na curadoria do TEDx Savassi e do TEDx Cowdown, onde pôde colaborar com pesquisas e elaboração de roteiros sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. É co-autora do livro ‘’Coisas’’ e atualmente integra o time de negócios se dedicando exclusivamente no marketing da Ius, desenvolvendo estratégias e conteúdos alinhados ao crescimento da empresa e às práticas de ESG.

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