Implantar um ambulatório no empreendimento vai além do cuidado com a saúde do colaborador, trata-se de uma decisão que exige planejamento criterioso, definição de protocolos, organização de rotinas operacionais e estrito atendimento às exigências legais aplicáveis
.
Neste artigo, apresentamos os principais pontos de atenção para manter a conformidade do seu ambulatório.
O que é considerado um “serviço de saúde”?
Segundo a Norma Regulamentadora nº 32 (NR-32), serviços de saúde incluem qualquer edificação destinada à promoção, recuperação, assistência, pesquisa ou ensino em saúde, independentemente do seu porte ou da complexidade do atendimento.
Ou seja, mesmo que o ambulatório atue apenas com curativos simples, triagens ou encaminhamentos médicos, ele já é considerado um serviço de saúde e, portanto, está sujeito à NR-32 e demais normas aplicáveis.
Diferença entre o atendimento do SESMT e o serviço ambulatorial
Antes de avançarmos, é fundamental distinguir as funções do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e do ambulatório clínico. É bastante comum que as organizações confundam essas duas estruturas, embora suas finalidades e exigências legais sejam distintas.
O SESMT previsto na NR-4, tem como objetivo prevenir acidentes e doenças ocupacionais. É composto por profissionais como engenheiros, médicos, enfermeiros e técnicos de segurança do trabalho, conforme o dimensionamento previsto no Anexo II da norma. Suas atividades estão voltadas exclusivamente para o cumprimento das exigências legais de saúde
ocupacional, atuando no âmbito do PCMSO e na realização dos exames médicos obrigatórios:
admissional, periódico, de retorno ao trabalho, mudança de função e demissional.
Já o ambulatório clínico, mesmo que instalado dentro da empresa, realiza atendimentos assistenciais (como medicação, avaliação clínica, emissão de atestados médicos, curativos, suporte inicial em emergências), e isso o caracteriza como serviço de saúde de fato, sendo enquadrado na NR-32, RDCs da Anvisa, normas da vigilância sanitária e legislação ambiental.
Em resumo:
- SESMT = prevenção e controle de riscos ocupacionais.
- Ambulatório = assistência à saúde → exige estruturas físicas específicas, alvará, POPs, gerenciamento de resíduos de serviço de saúde etc, como veremos na sequência.
Principais exigências legais para ambulatórios corporativos
A seguir, listamos os principais requisitos que empresas devem observar ao implantar ou manter um ambulatório ocupacional:
Normas de segurança e saúde do trabalho
- NR-32: segurança nos serviços de saúde, incluindo protocolos para acidentes com material biológico; uso de EPIs;
- Treinamento obrigatório previsto na NR para os profissionais da saúde que atuam no local.
- Plano de Prevenção de Acidentes com Perfurocortantes (quando aplicável).
- Programa de Gerenciamento de Riscos (NR-01) e mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada (NR-05), considerando os riscos das atividades realizadas.
Infraestrutura e projeto físico
- RDC nº 50/2002 (ANVISA): define os requisitos mínimos para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
- Projeto arquitetônico aprovado, com ambientes acessíveis, ventilação adequada, e materiais laváveis.
- Ambientes mínimos: sala médica, sala de enfermagem (se aplicável), sanitário acessível e área para materiais de limpeza.
Controle sanitário e boas práticas
- Alvará da Vigilância Sanitária.
- Manual de Boas Práticas e Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs).
- Controle e registro de higienização, dedetização e manutenção de equipamentos.
Gestão de resíduos
- Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), conforme RDC nº 222/2018 e Resolução CONAMA nº 358/2005.
- Procedimentos específicos para o descarte de perfurocortantes e resíduos biológicos.
Por que regularizar é importante?
Manter o ambulatório em conformidade não apenas evita autuações por órgãos como Ministério do Trabalho, Vigilância Sanitária e órgãos ambientais, mas também demonstra o compromisso da empresa com a saúde e segurança de seus colaboradores.
Além disso, a regularização protege a própria empresa contra responsabilidades em casos de acidentes ou falhas no atendimento, funcionando como uma medida de gestão de risco jurídico e ocupacional.
Embora muitas vezes vistos como estruturas de apoio, os ambulatórios devem ser tratados como estabelecimentos de saúde e seguir rigorosamente as normas que regem esse tipo de serviço. A análise deve ser sempre personalizada, de acordo com as atividades do ambulatório, sua infraestrutura e o porte da empresa. Se a sua organização mantém ou pretende implantar um ambulatório, é essencial contar com assessoria jurídica especializada para garantir total conformidade legal e evitar problemas futuros.
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