A potabilidade da água é um tema central para a saúde pública, sustentabilidade e gestão ambiental nas cidades e empresas. Trata-se do conjunto de características físicas, químicas e biológicas que tornam a água segura para consumo humano, conforme padrões estabelecidos por legislações e normas técnicas.
Em um cenário de crescimento populacional, industrialização e maior pressão sobre os recursos hídricos, entender etapas como captação, tratamento e distribuição é fundamental para garantir o acesso à água de qualidade e mitigar riscos sanitários.
O que é potabilidade da água?
A potabilidade da água refere-se à adequação do recurso hídrico para consumo humano, incluindo ingestão, preparo de alimentos e higiene pessoal. Para que a água seja considerada potável, ela deve estar livre de contaminantes físicos (como turbidez e sólidos em suspensão), químicos (como metais pesados, pesticidas ou excesso de cloro) e microbiológicos (como bactérias, vírus e protozoários).
As referências para essa avaliação geralmente baseiam-se em limites máximos permitidos por legislações como a Portaria GM/MS nº 888/2021 no Brasil, que estabelece padrões de potabilidade aplicáveis aos sistemas e soluções alternativas de abastecimento de água para consumo humano.
Garantir a potabilidade não é apenas uma questão técnica: envolve planejamento, investimentos em infraestrutura, fiscalização, educação ambiental, gestão de riscos e monitoramento contínuo.
Captação da água: o primeiro passo
A captação é o ponto de partida do abastecimento de água. De maneira geral, ela ocorre em duas modalidades principais:
- Captação superficial: rios, lagos, represas e barragens.
- Captação subterrânea: poços artesianos e aquíferos.
Esse processo exige atenção especial à qualidade inicial da água, que já pode receber impactos diretos de atividades agrícolas, industriais e urbanas. Poluição difusa (como agrotóxicos e fertilizantes) ou pontual (como lançamento de efluentes) pode aumentar significativamente a complexidade e o custo do tratamento.
Além disso, a escolha do manancial deve considerar disponibilidade hídrica, equilíbrio ambiental, sazonalidade, e aspectos legais. A gestão integrada dos recursos hídricos é essencial para garantir sustentabilidade da captação, prevenindo escassez, conflitos pelo uso da água e degradação ambiental.
Tratamento da água: tecnologias e etapas essenciais
Após a captação, a água passa por uma série de processos que visam eliminar contaminantes e torná-la segura. Entre as principais etapas do tratamento convencional, destacam-se:
- Coagulação e floculação:
Adição de coagulantes para unir partículas suspensas, formando flocos maiores e sedimentáveis. - Decantação:
Flocos pesados se depositam no fundo dos decantadores, reduzindo turbidez e matéria orgânica. - Filtração:
A água passa por filtros de areia, carvão ativado ou membranas, removendo partículas menores e micro-organismos. - Desinfecção:
Uso de cloro, ozônio, radiação UV ou outras tecnologias para eliminar bactérias, vírus e protozoários. - Correção química:
Ajuste de pH, dureza e alcalinidade, além do controle de substâncias químicas indesejáveis.
Sistemas mais modernos também podem incluir:
- nanotecnologia,
- osmose reversa,
- ultrafiltração,
- dessalinização (em regiões litorâneas ou áridas).
A escolha do tratamento varia conforme o manancial utilizado, legislação aplicável, capacidade de produção e complexidade dos contaminantes encontrados.
Distribuição da água: garantindo qualidade até o consumidor
Garantir a potabilidade não se encerra no tratamento. A fase de distribuição possui desafios igualmente relevantes. Problemas como corrosão de tubulações, vazamentos, contaminação cruzada com redes de esgoto ou infiltrações podem comprometer todo o trabalho anterior.
Entre os requisitos de um sistema eficiente, destacam-se:
- manutenção preventiva de redes subterrâneas,
- monitoramento da pressão para evitar rupturas,
- controle de reservatórios, caixas d’água e elevatórias,
- cloração residual para proteção microbiológica,
- mapeamento e rastreamento de perdas hídricas.
Além disso, é fundamental envolver consumidores e gestores de imóveis, pois reservatórios domésticos mal higienizados podem gerar contaminação.
Riscos associados à falta de potabilidade
Não assegurar a potabilidade da água implica riscos consideráveis, como:
- doenças de veiculação hídrica (diarreia, cólera, leptospirose),
- intoxicação por metais pesados e substâncias químicas,
- surtos microbiológicos em comunidades,
- impactos crônicos à saúde,
- danos econômicos para indústrias dependentes de água de processo.
Empresas de alimentos, bebidas, farmacêuticas, hospitais e escolas possuem responsabilidade redobrada em relação à qualidade da água distribuída e consumida internamente.
Legislação e monitoramento
No Brasil, a potabilidade é regulamentada por normas federais, além de legislações estaduais e municipais. A Portaria nº 888/2021 define padrões de potabilidade e parâmetros de controle que incluem:
- limites para coliformes totais e E. coli,
- concentração máxima de metais como chumbo e arsênio,
- turbidez e pH,
- residual de cloro,
- presença de cianotoxinas,
- substâncias orgânicas.
Além disso, órgãos ambientais, vigilância sanitária e agências reguladoras municipais fiscalizam sistemas de abastecimento. Empresas devem manter laudos, relatórios analíticos, acompanhar riscos e realizar ações preventivas.
Potabilidade e sustentabilidade
A discussão sobre potabilidade também envolve:
- consumo consciente,
- preservação de mananciais,
- saneamento básico,
- redução de perdas na distribuição,
- gestão de resíduos e efluentes.
Sem políticas públicas e responsabilidade corporativa, não há como garantir água potável para as próximas gerações. A gestão integrada entre sociedade, governo e empresas é crucial.
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